Dados do Trabalho


Título

VARIZ DE VEIA UMBILICAL INTRA-ABDOMINAL FETAL: DIAGNÓSTICO E MANEJO DA GESTAÇÃO.

Objetivos

Apresentação de um caso de variz de veia umbilical extra-hepática diagnosticada no pré-natal, com seguimento fetal, desfecho pós-natal e revisão de literatura.

Descrição do Caso

Gestante, 32 anos, G2P1C1, encaminhada com 26 semanas devido suspeita de variz de veia umbilical (VVU). Apresentava diabetes gestacional e fazia uso de AAS devido a risco aumentado de pré-eclâmpsia precoce. No serviço referenciado, observou-se dilatação da veia umbilical intra-abdominal na porção extra-hepática, com fluxo turbulento ao Doppler, medindo 17x20 mm em seus maiores diâmetros. O restante da morfologia não apresentava alterações, não havendo justificativa de pesquisa genética. Foi proposto um seguimento com Doppler semanal e biometria fetal a cada 15 dias para monitorar o bem-estar fetal. Com 36 semanas as medidas da variz eram de 23 x 23 mm sem evidência de trombos, e o feto apresentava um peso estimado de 3.033g, percentil 69, com dopplerfluxometria normal. Optou-se por cesariana com 37 semanas, devido ao risco aumentado de trombose na variz e diabetes gestacional associado. O RN masculino nasceu com peso de 3210g, apgar 8/9 e 49cm. No dia posterior realizou-se ecografia de abdome no RN que evidenciou remanescente da veia umbilical sem alterações. O anatomopatológico da placenta mostrou alterações consistentes com hipoperfusão vascular materna e sinais de hipoxemia aguda, comprovando a assertividade em relação ao momento do parto.

Diagnóstico e Discussão

A (VVU) intra-abdominal é uma condição rara e representa cerca de 4% das malformações do cordão umbilical. Não há critérios claramente estabelecidos, sugere-se como diagnóstico o diâmetro da variz maior que 9mm ou 50% mais largo ou 1,5 vezes maior quer a porção não dilatada da veia umbilical. Na maioria dos casos ela se apresenta de forma isolada, tendo bom prognóstico, mas pode estar associada a outras anomalias, incluindo alterações cromossômicas. Como principais complicações tem-se a restrição de crescimento e o óbito fetal intraútero.

Considerações Finais ou Conclusões

Por ser uma patologia rara, com estudos prospectivos de pequena escala, ainda não há consenso quanto ao seguimento e momento do parto. A maioria dos autores recomenda uma vigilância mais restrita e individualizada, principalmente após 32 semanas.

Palavras Chave

Ultrassonografia; Variz de veia umbilical; Dopplerfluxometria; Gestação de alto risco.

Arquivos

Área

USG em Ginecologia e Obstetrícia

Instituições

Nexus Núcleo de Excelência em Ensino Médico - Distrito Federal - Brasil

Autores

Gabriela Kirschner, Emanuele Soema Santana Lessa, Antonio Gualda Garrido Trajano , Gustavo Ferreira Cury, Lucia Pedroso Barbosa, Evaldo Trajano