Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO ULTRASSONOGRÁFICO TRANSFONTANELAR DE HIDROCEFALIA SUPRATENTORIAL EM CRIANÇA PORTADORA DE ANEMIA FALCIFORME

Objetivos

Discutiremos a ocorrência de hidrocefalia hipertensiva por obstrução do aqueduto cerebral, em uma criança de 2 meses portadora de anemia falciforme, e o papel da ultrassonografia transfontanelar (USTF) no diagnóstico e acompanhamento de crianças com hidrocefalia.

Descrição do Caso

Criança apresentou aumento súbito do perímetro cefálico e "olhar do sol poente" aos 2 meses de idade. Submetida à USTF, que revelou ventrículos laterais com grande aumento de volume, parênquima cerebral diminuído e quarto ventrículo bastante diminuído de volume, alterações compatíveis com hidrocefalia supratentorial. Realizou-se ressonância nuclear (RN) que evidenciou acentuada dilatação ventricular supratentorial, com redução de volume da substância branca, estenose do aqueduto cerebral, sequela de hemoventrículo e sinais de siderose superficial na fossa posterior. Após derivações externas, somente 30 dias após o diagnóstico ultrassonográfico, foi submetida à derivação ventriculoperitoneal (DVP), devido a complicações clínicas. Após 45 dias, nova USTF evidenciou ventrículos laterais com grande aumento de volume, ventrículo lateral esquerdo com presença de loculações e terceiro ventrículo aumentado de volume. A DVP não foi visibilizada.
CAAE 72296123.8.0000.5139

Diagnóstico e Discussão

Apesar do diagnóstico rápido de hidrocefalia supratentorial através da USTF, a paciente apresentou alterações consequentes à hemorragia que foram evidenciadas na RN (siderose superficial em fossa craniana posterior, sinais de sequela de hemoventrículo), provavelmente devido à demora na realização da DVP tendo em vista que a criança não apresentava condições clínicas favoráveis para a realização do procedimento. A principal hipótese é que a criança, portadora de anemia falciforme, tenha apresentado hemorragia intraventricular com consequente obstrução do aqueduto cerebral levando a hidrocefalia supratentorial.

Considerações Finais ou Conclusões

Ressaltamos a importância do diagnóstico ultrassonográfico precoce da hidrocefalia e a raridade da ocorrência de hemorragia cerebral em uma criança menor de um ano portadora de doença falciforme. Gostaríamos de conscientizar a comunidade médica sobre o uso da USTF, ferramenta diagnóstica não invasiva, de fácil e rápida execução, na suspeita e no acompanhamento da hidrocefalia.

Palavras Chave

Ultrassonografia, hidrocefalia, anemia falciforme, fontanelas cranianas, criança

Arquivos

Área

USG Pediátrica

Instituições

Hospital Universitário - UFJF - Minas Gerais - Brasil

Autores

Elisabeth Campos Andrade, Paula Arrighi Toledo, Gabriel Lucas Ferreira, Laura Campos Andrade, Matheus Rodrigues Barros, Natan Viana Medeiros