26° Congresso Brasileiro de Ultrassonografia da SBUS

Dados do Trabalho


Título

IMPORTÂNCIA DA ULTRASSONOGRAFIA NO DIAGNÓSTICO DE SÍFILIS CONGÊNITA: RELATO DE CASO

Objetivos

A Sífilis é uma infecção com crescente número de casos em mulheres na menacme, refletindo diretamente nas taxas de transmissão vertical e, consequentemente, da sífilis congênita (SC), cuja gravidade e risco de transmissão aumenta conforme avança a idade gestacional. Alterações ultrassonográficas características da SC podem ser evidentes após 18-20 semanas, demonstrando a importância do ultrassom (US) no auxílio diagnóstico e seguimento da doença.

Descrição do Caso

NDA, 22 anos, G1, IG 33+3, sem comorbidades, realizou US obstétrico durante internação por infecção urinária, que evidenciou discreta ascite fetal, hepatomegalia e espessamento de vesícula biliar, sem outros achados. Diante disso, foi solicitado sorologias para infecções congênitas (TORCHS) e constatado VDRL 1/128 (não reagente no 1º trimestre) e iniciado tratamento sob hipótese diagnóstica de SC, no entanto evoluiu para parto vaginal pré termo, com esquema terapêutico incompleto. Na avaliação do recém-nascido, radiografia demonstrou hepatomegalia e área cardíaca aumentada, sorologia para VDRL sérica 1/256 e liquórica 1/4, diagnosticando neurossífilis congênita. Evoluiu com colestase por hepatite transinfecciosa, plaquetopenia e lesões oculares sugestivas de acometimento por sífilis. Após término do tratamento intra-hospitalar recebeu alta para acompanhamento ambulatorial.

Diagnóstico e Discussão

Gestações complicadas pela sífilis possuem risco aumentado de óbito fetal e neonatal, restrição de crescimento fetal, infecção congênita, e trabalho de parto pré-termo, sendo os dois últimos evidenciados no caso relatado. O diagnóstico e tratamento tardios e a contaminação no segundo trimestre, também observados neste caso, elevam o risco de tais complicações. As alterações fetais resultam de uma resposta inflamatória ao Treponema pallidum, sendo mais incidentes após 20 semanas de gestação, devido à maior maturidade imunológica fetal. Deve-se suspeitar de sífilis congênita diante de achados ultrassonográficos característicos, sendo os mais comuns, inicialmente, placentomegalia (34%) e hepatomegalia (83%), e em fases mais tardias a anemia fetal, avaliada pelo Doppler da artéria cerebral média (38%), ascite (19%) e hidropisia fetal.

Considerações Finais ou Conclusões

Gestações complicadas pela sífilis têm risco aumentado de resultados adversos da infecção placentária e fetal. A sífilis congênita pode se expressar com alterações ao exame ultrassonográfico após a segunda metade da gestação, como no caso descrito, em que a hepatomegalia e ascite direcionaram e contribuíram ao diagnóstico.

Palavras Chave

Sífilis congênita; Diagnóstico por imagem; Ultrassonografia Pré-Natal; hepatomegalia.

Arquivos

Área

USG em Ginecologia e Obstetrícia

Instituições

Hospital da PUC Campinas - São Paulo - Brasil

Autores

Tamires Tairini Pitaluga de Oliveira, Tamiris Ferreira Moura, Taciana Soares Rodrigues Cunha, Jamile Bortoletto, Juliana Bittencourt Cruz Salviano, Bianca Frota Farias França