Dados do Trabalho

Título

GESTAÇÃO ECTÓPICA EM ISTMOCELE DE CESÁREA: RELATO DE CASO E PAPEL DA ULTRASSONOGRAFIA NO DIAGNÓSTICO.

Objetivos

A gestação ectópica em istmocele de cesárea anterior é rara, embora sua incidência tenha aumentado devido ao incremento no número de cesarianas, sendo considerada de alta morbimortalidade por suas complicações. Por ser uma condição de alta morbidade materna, o tratamento é a interrupção da gestação, embora haja relatos de nascidos vivos em tratamento expectante. As propostas terapêuticas ainda têm protocolos incipientes, mas a escolha do método leva em consideração alguns dados como a datação gestacional, valores quantitativos de beta-hcg, viabilidade da gestação, integridade do miométrio, estado clínico/sintomático e desejo reprodutivo futuro. Além disso, há a necessidade de se afastar os diagnósticos diferenciais, como abortamento em curso e gestação cervical. O diagnóstico ultrassonográfico precoce é fundamental para a escolha da conduta e sucesso do desfecho. O objetivo desse trabalho foi relatar um caso de gestação ectópica em istmocele de cesárea anterior, que poderá contribuir com evidências no manejo da entidade, dada a sua raridade.

Descrição do Caso

Paciente de 34 anos, em quarta gestação, com duas cesarianas prévias e um abortamento em gravidez anterior, deu entrada na emergência do Hospital Memorial Arthur Ramos, na cidade de Maceió/AL, em setembro de 2023, com quadro de discreto sangramento uterino e cólica iniciada há 4 dias.

Diagnóstico e Discussão

Foi realizada ultrassonografia que evidenciou gestação ectópica em istmocele de cesárea anterior, embrião com atividade cardíaca rítmica de 146 batimentos por minuto, com comprimento cabeça-nádega de 0,8 cm e saco gestacional com 1,1 cm de diâmetro médio. Também foi feita ressonância magnética, com achado de duas imagens císticas em istmocele, de 1,0 cm cada. A paciente, estável hemodinamicamente, ficou internada e a equipe obstétrica decidiu por tratamento com aspiração manual intrauterina, guiada por ultrassonografia endovaginal, sem intercorrências, realizada três dias após a admissão. A paciente teve um desfecho favorável, recebendo alta no dia seguinte, assintomática.

Considerações Finais ou Conclusões

A gravidez ectópica em istmocele é considerado um diagnóstico difícil, visto que a paciente pode cursar com parcos sintomas ou assintomática em uma gestação inicial. A ultrassonografia teve papel fundamental no diagnóstico deste caso, com o seu reconhecimento precoce e no tratamento, com desfecho positivo.

Palavras Chave

gestação ectópica, istmocele, ultrassonografia, aspiração manual intrauterina.

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