Dados do Trabalho


Título

DISPLASIA MESENQUIMAL PLACENTÁRIA, DO DIAGNÓSTICO AO MANEJO. UMA REVISÃO DA LITERATURA.

Objetivos

Revisar o que se sabe atualmente sobre a displasia mesenquimal placentária, incluindo exames diagnósticos, diagnósticos diferenciais, com ênfase nas complicações materno-fetais e manejo dessas gestações.

Método

Realizou-se uma revisão da literatura disponível no PubMed entre os meses de fevereiro e abril de 2023, usando o termo “placental mesenchymal dysplasia“, tendo como critérios de inclusão relatos de caso e série de casos publicados entre 2013 e 2023 escritos em inglês e exame anatomopatológico confirmando o diagnóstico de displasia mesenquimal placentária.

Discussão e Apresentação das Imagens

A displasia mesenquimal placentária (DMP) é uma condição rara, benigna e de etiologia incerta. Caracteriza-se por placentomegalia, presença de múltiplas lesões císticas do tronco vilositário e anormalidades vasculares. Exames de imagem, dosagem de alfa-fetoproteína e beta-Hcg, cariótipo fetal e doppler colorido são úteis no diagnóstico pré-natal e diferenciação com outras patologias. Na maioria das gestações com DMP os fetos são geneticamente normais, mas são descritas correlações com alterações genéticas, principalmente a Síndrome de Beckwith-Wiedemann. As complicações fetais incluem restrição de crescimento fetal, distúrbios hematológicos, tumores hepáticos, parto prematuro e morte intraútero. Já as complicações maternas estão relacionadas com as síndromes hipertensivas da gestação (hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia, Síndrome HELLP e eclâmpsia). Dos 131 casos relatados, 26 (19%) tinham alterações genéticas ou malformações, 58 (44%) foram diagnosticados com restrição de crescimento intrauterino, 24 (18%) foram a óbito intraútero, 75 (57%) nasceram prematuros, 18 (13%) nasceram a termo e 12 (9%) cursaram com desordens hipertensivas da gestação. O manejo dessas gestações depende das complicações materno-fetais e o seguimento deve ser realizado por profissionais capacitados.

Considerações Finais ou Conclusões

A displasia mesenquimal placentária é subdiagnosticada e comumente confundida com gestação molar parcial ou gestação gemelar molar completa com coexistência de feto normal, levando a um manejo inadequado com interrupções desnecessárias. A principal complicação dessas gestações é a prematuridade e o óbito intraútero. O exame anatomopatológico da placenta é fundamental para o diagnóstico de certeza desta patologia.

Palavras Chave

Displasia mesenquimal placentária; gestação molar; Ultrassonografia; Diagnóstico pré-natal.

Arquivos

Área

USG em Ginecologia e Obstetrícia

Instituições

Nexus Núcleo de Excelência em Ensino Médico - Distrito Federal - Brasil

Autores

Gabriela Kirschner, Emanuele Soema Santana Lessa, Cairo Soares da Silva, Aline Teixeira Leal, Fernanda Cardia Martins Ribeiro, Evaldo Trajano