Dados do Trabalho
Título
DETECÇÃO DE ALTERAÇÕES NA CAVIDADE UTERINA SECUNDÁRIAS AO USO DE TAMOXIFENO
Objetivos
O uso do tamoxifeno, um medicamento amplamente utilizado no tratamento do câncer de mama, tem sido associado a diversas alterações no sistema reprodutivo das mulheres. Essas modificações podem afetar a morfologia e a função da cavidade uterina, gerando preocupações significativas sobre a saúde ginecológica das pacientes submetidas a essa terapia. Assim, o objetivo deste trabalho foi determinar o valor da ultrassonografia endovaginal com dopplervelocimetria na detecção de anormalidades endometriais subseqüentes ao uso de tamoxifeno.
Casuística e Métodos
Estudo transversal de 72 mulheres usuárias de tamoxifeno como terapia adjuvante de câncer de mama. As pacientes incluídas estavam usando tamoxifeno por no mínimo 3 anos. Realizou-se ultrassonografia bidimensional com Doppler colorido e de amplitude a cada 6 meses.
Resultados e Discussão
A média de idade das pacientes foi de 51,2 ± 6,2 anos, sendo o tempo médio de uso do tamoxifeno de 41,3 meses. Em relação ao estado menopausal, 54 pacientes (75%) encontravam-se na pós-menopausa no momento do diagnóstico do câncer de mama, sendo que 18 pacientes (25%) estavam na menacme. No que se refere à avaliação ultrassonográfica do endométrio, 42% (n=30) das pacientes apresentavam-se sem alterações. Por outro lado, 42 pacientes (58%) apresentaram exames ultrassonográficos compatíveis com patologia endometrial, requerendo investigação subseqüente. Procedeu-se, portanto, a histeroscopia que revelou que a maioria das pacientes apresentava pólipos endometriais (n=29). No entanto, houve 2 casos de câncer de endométrio (2,8%). Observamos que a espessura do eco endometrial > 9 mm associou-se com lesão orgânica. Em relação à dopplervelocimetria, o índice de resistência (IR) nas artérias espiraladas das mulheres com foi 0,82 ± 0,07, enquanto o do grupo controle foi de 0,89 ± 0,03 (p=0,074).
Conclusões
Nas pacientes usuárias de tamoxifeno como terapêutica de câncer de mama, a avaliação do endométrio utilizando-se a ultrassonografia com a dopplervelocimetria foi útil para definir as pacientes que deveriam ser submetidas à avaliação histeroscópica.
Palavras Chave
Tamoxifeno; dopplervelocimetria; anormalidades endometriais;
Arquivos
Área
USG em Ginecologia e Obstetrícia
Autores
Antônio Gadelha da Costa, Patrícia Spara Gadelha, Samara Ramos de Araújo, Marcos Moisés Brito Fernandes, Giulia Di Credico Paranhos, Rodrigo Santana Leite