Dados do Trabalho


Título

Pequenos descuidos, grandes problemas - "foi só uma farpinha no dedo, doutor" - Relato de caso de neuroma traumático após empalamento de farpa em quirodáctilo

Objetivos

Apresentar um relato de caso de neuroma traumático após empalamento com farpa. Na lesão de nervo por trauma, a parte proximal do coto tende a regenerar-se.
Se esse processo for desorganizado ou incompleto, pode resultar num
neuroma (1). Neuromas traumáticos se desenvolvem em locais de nervos
sensoriais e são mais comuns no trauma ou pós-operatório. As principais
manifestações são dor e parestesia e muitos consideram sua ocorrência devido
excesso de hiperplasia irregular após lesão nervosa (2)

Descrição do Caso

Feminina, 51 anos, sofreu ferimento corto-contuso em região acral do 2º
quirodáctilo direito, em 07/2020. Apresentou sinais flogísticos, evoluindo com
nodulação pétrea meses depois. Após frequentes episódios de inflamação
aguda intermitente, com suspeita de granuloma calcificado, foi encaminhada
para procedimento cirúrgico, com exérese de lesão nodular e biópsia. O
resultado descreveu “Neuroma traumático com acantose e hiperceratose
sobrejacente, com margens cirúrgicas, laterais e profundas, livres”.
Após 2 meses, apresentou sensibilidade aumentada na excisão, com dor em
queimação. Em 01/2023, retorna ao serviço devido a recidiva da lesão sendo
solicitados exames de imagem:
Radiografia: Partes moles de aspecto habitual, com pequena estrutura óssea
focal junto ao terço distal da falange distal.
Ressonância Magnética: Lesão nodular bem delimitada na extremidade do
indicador, em continuidade com a cortical e medular da falange distal, mede
4x3x3mm. Discreto edema dos tecidos moles circunvizinhos.
Ultrassonografia: Lesão nodular hipoecóica, lobulada, circunscrita,
vascularizada ao color Doppler, centrada nos planos subcutâneos da polpa
digital medindo 3,9x3,3x2,8mm. Ausência de plano de clivagem nítido aos
níveis periosteais, não podendo descartar envolvimento cortical da lesão à face
volar/radial da tuberosidade da falange distal.

Diagnóstico e Discussão

Com base nos exames de imagem, os achados foram consistentes com uma
lesão nodular, ocorrendo de forma bem definida, presença de vascularização e
característica resposta inflamatória nos tecidos moles. A paciente desenvolveu
recidiva de neuroma traumático em 2º quirodáctilo após lesão, tendo desfecho
prejudicado pelo tempo decorrido entre a lesão e o diagnóstico.
Em se tratando de neuromas traumáticos, o manejo é complexo e geralmente
requer cirurgia (3).

Considerações Finais ou Conclusões

Os neuromas traumáticos representam desafios de manejo devido ao
componente nervoso envolvido. Os exames de imagem têm papel fundamental
na identificação e avaliação da lesão.

Palavras Chave

Neuroma traumático; ultrassom dermatológico;

Arquivos

Área

USG Musculoesquelética

Instituições

Universidade Federal de Santa Catarina - Santa Catarina - Brasil

Autores

Ruan Matheus Nascimento Toledano, Vanessa Daros de Luca Tomazi, Evaristo Barbier Perez