Dados do Trabalho


Título

DIVERTÍCULO VESICOURACAL INFECTADO: RELATO DE CASO E REVISÃO DAS ANOMALIAS URACAIS

Objetivos

As anomalias uracais podem ser incidentalmente identificadas em exames de imagem em pacientes assintomáticos, porém, podem dar origem a uma série de situações clínicas que variam desde patologias benignas como infecções até neoplasias. A seguir, apresenta se um caso de divertículo vesical infectado em um paciente com infecção do trato urinário de repetição e retenção urinária e discorre-se sobre as anomalias uracais.

Descrição do Caso

CCL, 48 anos, sexo masculino, internado devido infecção do trato urinário alto. Possuía histórico de bexiga neurogênica e necessidade de sondagem vesical. Solicitada ultrassonografia (US) de trato urinário que identificou ureterohidronefrose grave à direita e moderada à esquerda e imagem hipoecogênica, heterogênea, de paredes irregulares e espessadas, com aparente conteúdo espesso, que se originava da parede superior da bexiga em direção à cicatriz umbilical sem atingi-la e ao estudo Doppler havia aparente refluxo urinário da bexiga para essa estrutura. À tomografia de abdome com contraste identificada estrutura sugestiva de seio uracal na face anterossuperior da bexiga, apresentando espessamento parietal e densificação de planos adiposos adjacentes podendo estar relacionado a processo inflamatório/infeccioso.

Diagnóstico e Discussão

O úraco corresponde a uma estrutura embriológica que se situa entre a cúpula vesical e o umbigo. Durante o desenvolvimento embrionário, ocorre sua involução e obliteração antes do nascimento, tendo como vestígio o ligamento umbilical mediano. Uma falha em sua obliteração pode dar origem a quatro malformações embriológicas: úraco patente, seio umbilical-uracal, divertículo vesicouracal ou cisto uracal, sendo esta última a mais comum. Clinicamente podem ocorrer inflamações, infecções, secreção umbilical, dor abdominal e potencial de malignidade, sendo as infecções a patologia benigna mais frequente. O divertículo vesicouracal é uma entidade rara, correspondendo de 3-5% das anomalias uracais e ocorre quando o úraco se comunica apenas com a cúpula da bexiga. A US de um divertículo vesicouracal mostra uma estrutura hipoecogênica supravesical em fundo cego originando-se da cúpula vesical. As complicações do divertículo vesicouracal incluem infecções recorrentes do trato urinário e obstrução crônica da saída da bexiga.

Considerações Finais ou Conclusões

Embora raras, as patologias uracais podem representar entidades clínicas significativas e a identificação correta da imagem pode colaborar com um diagnóstico e tratamento adequados.

Palavras Chave

Úraco, Ultrassonografia, Doenças da bexiga urinária.

Arquivos

Área

USG em Medicina Interna

Instituições

Hospital Bom Jesus - Minas Gerais - Brasil

Autores

Ana Karine Brandão Novaes, Raphael Mariano Pelinsari de Paula, Eduardo Geraldo de Menezes Torres