Dados do Trabalho


Título

Carcinoma Medular da Tireóide

Objetivos

O carcinoma medular corresponde a cerca de 3% a 11% dos tumores de tireóide. Apesar de poder ser esporádico, geralmente é um câncer familiar. O CMT é um tumor indolor, sendo as taxas de sobrevida relacionadas ao estadiamento no qual ele é detectado, e o diagnóstico geralmente feito com citologia por meio da punção aspirativa de agulha fina, com imunocitoquímica podendo ser utilizada como auxílio para casos de mais difícil conclusão. A única possibilidade de cura é com intervenção cirúrgica; a taxa de sobrevida em 10 anos varia dependendo da existência de metástases linfonodais, sendo aproximadamente 95% na ausência destas e entre 15 a 40% na sua presença. A ultrassonografia cervical é indicada para todos os pacientes com suspeita de CMT, não apenas para a avaliação dos nódulos e realização de PAAF guiada, como também por ser o exame mais sensível para metástases cervicais.

Descrição do Caso

EHC, 56 anos, encaminhada para realizar punção aspirativa por agulha fina (PAAF) de tireóide.

Ao exame ultrassonográfico, possuía nódulo isoecogênico no lobo direito, de padrão sólido, mais largo que alto, com vascularização periférica e central, esta predominando (Chammas IV / TI-RADS 3), medindo 2,92 x 1,84 x 2,27 cm.
Procedimento sem intercorrências.

Diagnóstico e Discussão

Laudo citopatológico favorecendo carcinoma medular, apresentando grupamentos de células plasmocitóides e fusiformes com citoplasma abundante, núcleos redondos e com localização excêntrica, categoria V pelo sistema Bethesda.
A paciente foi submetida a tireoidectomia total, e encontra-se em acompanhamento pós-operatório, assintomática.
Alguns achados característicos de CMT ao ultrassom são hipoecogenicidade, solidez, microcalcificações, margens irregulares e alto grau de vascularização ao Doppler, com predominância da vascularização central sobre a periférica.

Considerações Finais ou Conclusões

Em mais de 90% dos casos de CMT, os nódulos apresentam-se hipoecóicos, com calcificações intranodulares e ausência do sinal do halo. Contudo, no caso apresentado, o nódulo analisado era isoecogênico, sem sinais de calcificações, com classificação ACR TI-RADS 3. A punção foi indicada devido ao tamanho do nódulo, sem que esse tivesse características marcantes de malignidade ao ultrassom. Assim, percebe-se que a atenção aos critérios do ACR TI-RADS são de extrema importância para a detecção precoce de neoplasias.

Palavras Chave

CARCINOMA MEDULAR, NEOPLASIAS DA GLÂNDULA TIREOIDE, CARCINOMA TIREOIDIANO, BIÓPSIA POR AGULHA FINA, ULTRASSONOGRAFIA DOPPLER

Arquivos

Área

USG em Medicina Interna

Instituições

Clínica Diagnose de Campos - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Nicole Chicralla Martins, Marcelo Cesar Monteiro Martins, Suzana Maria Soares Barros