26° Congresso Brasileiro de Ultrassonografia da SBUS

Dados do Trabalho


Título

ACHADOS ULTRASSONOGRÁFICOS RELACIONADOS À DENGUE

Objetivos

Revisar os achados ultrassonográficos dos pacientes diagnosticados com dengue.

Método

Revisão narrativa da literatura com busca na base de dados do Pubmed e da Scielo, sendo incluídos artigos em português e inglês, selecionados pelo título e resumo, publicados nos últimos 10 anos. Foram excluídos artigos sem imagem e foram usados os seguintes descritores: Severe dengue, dengue, ultrasound, ultrasonography.

Discussão e Apresentação das Imagens

Os achados ultrassonográficos são a expressão do aumento da permeabilidade capilar, cujo principal sinal é o extravasamento plasmático; dos derrames cavitários que podem ser ascite, derrames pleural e pericárdico; e o aumento da espessura da parede da vesícula biliar, presentes em um terço dos pacientes com a forma leve e em 95% dos casos da forma grave de febre hemorrágica do dengue (FHD). Como o espessamento da vesícula biliar aumentado aparece na maioria dos casos graves, podemos usá-lo como base para estudo e, com isso, verificamos quadro padrões diferentes, que são: padrão estriado com múltiplas camadas hipoecóicas separadas por zonas ecogênicas; padrão assimétrico com tecido ecogênico projetando-se na luz vesicular; padrão de camada hipoecoica central separada por duas camadas ecogênicas; padrão ecogênico uniforme. No caso dos pacientes graves com FDH ocorre o predomínio do padrão de espessamento estriado, que ocorre devido ao acúmulo de líquido entre as camadas das paredes em função da redução da pressão osmótica. Tal espessamento também está associado a trombocitopenia e hemoconcentração na FHD, sendo um marcador importante e relevante para diagnosticar clinicamente e indicar a gravidade da FHD. Importante ressaltar que tal achado na vesícula biliar é achado com maior frequência entre o segundo e o terceiro dia de febre do paciente.

Considerações Finais ou Conclusões

A ultrassonografia é uma promissora ferramenta de diagnóstico e prognóstico na dengue. Comparando com os valores de hematócrito em série (muito utilizado no diagnóstico do dengue), a ultrassonografia teve um melhor valor preditivo na identificação dos pacientes com risco de dengue grave. Além disso, pode melhorar o monitoramento do estado circulatório e permitir ajustes oportunos no equilíbrio de fluidos para evitar choque hipovolêmico ou sobrecarga de fluidos de iatrogênica.

Palavras Chave

Dengue, Ultrassonografia

Arquivos

Área

USG Geral

Autores

Fayez Marques Rodrigues, Caio Oliveira Andre, Bruno Bueno Marques Santos, William Yudi Kosima, Marcelo Paccos, Rejane Maria Ferlin