Dados do Trabalho
Título
ACHADOS DE IMAGEM PRÉ-NATAIS DE UM FETO COM ASSOCIAÇÃO VACTERL CUJA MÃE APRESENTAVA DIABETES MELLITUS INSULINO DEPENDENTE: RELAÇÃO OU COINCIDÊNCIA?
Objetivos
relatar um caso de um feto com associação VACTERL cuja mãe apresentava diabetes mellitus insulino dependente e seus achados nos exames de imagem, além de discutir possíveis correlações entre diabetes e a VACTERL.
Descrição do Caso
a gestante apresentava 24 anos e possuía diabetes mellitus insulino dependente. A ecografia fetal de fora do hospital, com 22 semanas de gravidez, descrevia holoprosencefalia, cardiopatia congênita e artéria umbilical única. A ecocardiografia fetal evidenciou dextrocardia; conexão atrioventricular do tipo dupla via de entrada para ventrículo esquerdo; conexão ventriculoarterial do tipo via única de saída e truncus arteriosus do tipo 1. O ultrassom (US) morfológico com 24 semanas mostrou líquido amniótico aumentado, artéria umbilical única, dilatação do terceiro ventrículo e de ventrículos laterais, e cardiopatia complexa. Além disso, no exame realizado 2 semanas depois, não se visualizou o rim direito e o rim esquerdo apresentava dimensões reduzidas. Notou-se também uma anormalidade de coluna. A ressonância magnética fetal confirmou o achado de hidrocefalia supratentorial, além das demais malformações descritas no US. A gestante chegou a ser hospitalizada devido ao mau controle glicêmico. O cariótipo fetal foi normal. A criança nasceu de parto cesáreo, com 33 semanas. A ecografia cerebral pós-natal confirmou a grave hidrocefalia supratentorial. A ecocardiografia revelou também achados similares à fetal. A ecografia abdominal mostrou que o rim direito era pélvico e o esquerdo, displásico e multicístico. Hemivértebras e vértebras em borboleta foram também observadas através da radiografia de coluna.
Diagnóstico e Discussão
a associação VACTERL é um acrônimo utilizado para descrever o fenótipo que resulta da associação de 3 ou mais dos seguintes defeitos: (V) vertebrais, (A) atresia anal, (C) cardiopatia congênita, (T) fístula traqueoesofágica, (E) atresia de esôfago, (R) displasia renal e (L) anormalidades de membros (“Limbs”), possuindo exames de imagem, principalmente ultrassonografias, marcantes e de extrema importância para um diagnóstico correto.
Considerações Finais ou Conclusões
o diabetes mellitus insulino dependente, assim como o apresentado pela paciente, pode levar a importantes consequências para o feto, especialmente mal controlado, incluindo a ocorrência da associação VACTERL, tal como observado em nosso caso.
Palavras Chave
anormalidades congênitas, diabetes mellitus insulinodependente, ultrassonografia pré-natal.
Arquivos
Área
USG em Ginecologia e Obstetrícia
Autores
André Campos Cunha, Felipe Gerhardt Roos, Eduardo Sartori Parise, Felipe Natan Sostizzo, João Artur Wanda Oro, Pedro H. T. TIETZ