26° Congresso Brasileiro de Ultrassonografia da SBUS

Dados do Trabalho


Título

Ablação com etanol de cisto de parotida: descrição de um caso. Autores:Yamanaka, A.; Cruz,A.J.R.; Lisatchok,M.; Grippe. F.M; Chone,T. Zantut.D.E.

Objetivos

Na avaliação dos tumores de parótida observa-se prevalência de 1:100.000 habitantes, representando 2-3% dos tumores de cabeça e pescoço, dentre os quais 80% apresentam características benignas.

O tratamento cirúrgico é proposto em casos de desconforto cervical, infecções recorrentes e preocupação estética, porém envolve riscos como: infecção de sítio cirúrgico, cicatrização não estética, possibilidade de lesão do nervo facial.

Nesse sentido, alternativas terapêuticas podem ser úteis na redução de morbidade cirúrgica, crescendo estudos sobre ablação com etanol. Esse relato busca demonstrar a utilização da técnica num caso com evolução favorável.

Descrição do Caso

Paciente do sexo feminino de 68 anos, com presença de lesão em topografia de parótida esquerda, com crescimento progressivo a 2 anos, encaminhada para tratamento não operatório da lesão.

Em consulta prévia foi realizada punção aspirava por agulha fina, confirmando a benignidade da lesão e o diagnóstico de cisto de parótida.

A ultrassonografia demonstrava uma lesão cística anecóica com margens regulares medindo 2,26x2,23x3,41, sem fluxo ao Doppler.
Em 22/11/21 foi optado por ablação da lesão com etanol absoluto guiada por ultrassom, sendo aspirado 5 ml de conteúdo leitoso e instilado 5 ml de álcool absoluto, lavado e aspirado até saída de secreção hialina, procedimento realizado sob técnica asséptica e com anestesia local e repetido em 13/12/21 e 13/01/22.

Na última avaliação em 10/07/22 paciente não apresentava mais queixas estéticas de lesão com ectoscopia sem alterações. O aspecto ultrassonográfico demonstrava região de aspecto cicatricial, com área sólida de 19x9 mm, margem regular, sem fluxo ao doppler.

Diagnóstico e Discussão

A escleroterapia com etanol puro gera necrose por desnaturação proteica e posterior trombose de vasos no entorno, os efeitos adversos são: cefaleia, odinofagia e um caso específico de hemorragia intra-cística. Dos 474 avaliados por revisão sistemática da academia americana, apenas 11,9% necessitaram de abordagem cirúrgica posterior.

Considerações Finais ou Conclusões

Observa-se caso com evolução favorável do uso de escleroterapia que configura-se atualmente como opção terapêutica não cirúrgica para lesões benignas de parótida.

Estudos são necessários para confirmar segurança da técnica, principalmente a longo prazo e aplicabilidade em outras lesões benignas.

Palavras Chave

ablação, etanol , cisto, parotida

Arquivos

Área

USG Geral

Autores

ADEMAR YAMANAKA