26° Congresso Brasileiro de Ultrassonografia da SBUS

Dados do Trabalho


Título

ECTOPIA RENAL CRUZADA, DIAGNÓSTICO EM ULTRASSOM OBSTÉTRICO DE ROTINA: RELATO DE CASO E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Objetivos

Malformações urinárias estão presentes em 3% dos nascimentos, sendo 30% das anomalias detectadas na ultrassonografia (USG) de pré-natal. O rim ectópico é a mais comum dentre elas, já a ectopia renal cruzada apresenta uma ampla variação de incidência na literatura. Ainda que seja um considerado incidentaloma, a suspeição diagnóstica deve ocorrer quando há artéria umbilical única. O objetivo deste relato é incentivar a busca ativa na USG por malformações, pois tal achado pode justificar alterações clínicas e proporcionar terapêuticas precoces.

Descrição do Caso

I.S.N, 24 anos, G3P1A1, sem comorbidades. Durante ultrassonografia obstétrica com 30 semanas e 5 dias de gestação, evidenciou-se feto do sexo masculino com artéria umbilical única, loja renal esquerda vazia, rim direito tópico e rim esquerdo caracterizado abaixo do rim direito, com aparente fusão dos polos renais, sem demais alterações morfológicas, inclusive em avaliação de ecocardiograma fetal posteriormente. Paciente evoluiu para parto vaginal com 38 semanas, sendo realizada avaliação ecográfica no recém-nascido que confirmou o diagnóstico de ectopia cruzada do rim esquerdo com fusão renal.

Diagnóstico e Discussão

A incidência de ectopia renal cruzada apresenta discordância na literatura, variando de 1:1000 a 1:7000 nascimentos, muito por seu subdiagnóstico na prática clínica. Esta condição decorre da falha da migração embriológica e da não rotação lateromedial dos rins. A ectopia direita do rim esquerdo é mais comum do que a contralateral, com predominância no sexo masculino (2:1). Em 90% dos casos, há fusão do polo inferior do rim normal e o superior do ectópico. Este diagnóstico pode ser feito ainda intra útero através da USG morfológica (idealmente 20-24 semanas), mas também em avaliações obstétricas posteriores. A presença de artéria umbilical única deve motivar investigação direcionada de anomalias renais, as quais estão presentes em 18-84% dos casos. Após o nascimento, os exames indicados são: urografia excretora, USG ou tomografia, sendo a primeira indispensável.

Considerações Finais ou Conclusões

A USG é um método adequado para o rastreamento e detecção de malformações renais. Embora o período recomendado para tal finalidade seja entre 20-24 semanas, é função do ultrassonografista realizar a busca ativa por tais achados mesmo em período subsequentes, principalmente diante da evidência de artéria umbilical única.

Palavras Chave

rim fundido, anormalidades urogenitais, ultrassonografia pré-natal, malformações congênitas urogenitais

Arquivos

Área

USG em Ginecologia e Obstetrícia

Autores

Amanda Gabrielle Cenzi, Bianca Frota Farias França, Juliana Bittencourt Cruz Salviano, Maria Carolina Baccarin , Tamires Tairini Pitaluga Oliveira, Tamiris Ferreira Moura