26° Congresso Brasileiro de Ultrassonografia da SBUS

Dados do Trabalho


Título

Carcinoma anaplásico de tireóide coexistindo com carcinoma papilífero

Objetivos

O carcinoma anaplásico da tireóide é um tumor raro (1,5 a 2% dos tumores), e agressivo, que afeta principalmente mulheres com idade acima de 60 anos. Acredita-se que esse tumor surja em razão da perda da diferenciação em carcinomas bem diferenciados da tireóide.
O diagnóstico diferencial do carcinoma anaplásico compreende os carcinomas medulares e pouco diferenciados, bem como os sarcomas, carcinoma de células escamosas, linfomas e tireoidite fibrosante crônica.

Descrição do Caso

MCR, 92 anos, encaminhada para realizar ultrassonografia cervical, por nodulação aparente em região cervical direita. Referia tireoidectomia parcial há 22 anos, por carcinoma folicular de tireóide.
Ao exame físico, volumosa nodulação na região cervical, de consistência pétrea, e contornos bocelados.
Realizada ultrassonografia cervical, que evidenciou formação nodular hipoecogênica em loja tireoidiana direita, de padrão sólido, limites imprecisos, e textura grosseiramente heterogênea; media, aproximadamente, 4,0 x 3,0 x 3,2 cm, e possuía vascularização periférica e central, esta predominando - Chammas IV, TI-RADS 4.

Diagnóstico e Discussão

Realizada PAAF (Punção Aspirativa por Agulha Fina), sem intercorrências.
O diagnóstico citopatológico foi de CARCINOMA ANAPLÁSICO SURGINDO EM CARCINOMA PAPILÍFERO DE TIREÓIDE, categoria diagnóstica VI de Bethesda.
A análise imuno-histoquímica mostrou mudança de padrão de diferenciação celular durante a evolução da doença.

Considerações Finais ou Conclusões

A coexistência de componente bem diferenciado e do carcinoma anaplásico sugere disdiferenciação de um câncer de tireóide bem diferenciado, pré existente, por meio de um processo multifísico da carcinogênese (RIVERO et al, 2009).
A maioria dos pacientes apresenta sintomas de extensão do carcinoma, como dispnéia, disfagia, tosse e rouquidão.
A taxa de sobrevivência média dos pacientes é de cinco meses, e quase 50 % dos casos apresentam metástases a distância no momento do diagnóstico.

Palavras Chave

Carcinogênese, Carcinoma Anaplásico da Tireóide, Câncer Papilífero da Tireóide, Diagnóstico Diferencial, Diferenciação Celular, Nodulação

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Área

USG em Medicina Interna

Autores

Marcelo Cesar Monteiro Martins, Nicole Chicralla Martins